quinta-feira, 15 de maio de 2014




Meu olhar não mais vagueia

 
Criou destino certo

 
Foca em seu foco

 
Com desprezo

 
Pelo que vira outrora
 
 
 
Jordano Souza
 
 

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Cai - Cai



Nome Cantor
Sotaque menino
Choro sutil
Em tom sol maior


Castanho arredio
Soando  tons claros
Olhos  Cabelos
Desgrenhados vazios


Cai -  Cai pelo mundo
Caetano
Cai – levanta - vai




Jordano Souza

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Estou numa margem desconfortável,
Vejo o mundo de um ângulo obscuro,
Sem criatividade, sem tesão.

Me alinhei à velha guarda:
trabalho, burocracia, mais trabalho.
Cadê minhas noções de verdade?
Minhas verdades antes tão arrogantes?

A essência virou pó,
Que tento ressuscita-lo numa droga,
Que me iluda, que me tire dessa verdade
Estúpida e insólita.



Jordano Souza

domingo, 30 de setembro de 2012

Folha


medo da folha em branco, que clama por linhas que às vezes não consigo colorir. rabisco pensamentos vagos, desnorteados, que tentam encontrar abrigo à frente de uma vírgula, ou atrás de um ponto reticente...

Jordano Souza

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Onde

Onde ficaram meus sonhos
E todas as perguntas
Que agonizavam por respostas?

Onde estão meus parentes,
Amigos?
Onde estão as festas,
O primeiro gole,
O primeiro choro por amor?

Onde estão as palavras desperdiçadas,
Os risos contidos,
As gargalhadas abertas?

Estamos mofados num sótão úmido?
Ou emoldurados numa sala de destaque?

Nos perdemos por vontade própria,
Por circunstâncias maiores,
Por inconstância.


Jordano Souza

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Irracional

Dou-lhe todo meu orgulho, até
Que as palavras não juntem mais
A razão do sentimento que
Construi com seu justificado valor.

Meu jeito em ti, embaraçado
Pelo seu corpo, fez-me crer.
Crer no irracional,
No tão exclamado.

Nossas tempestades em copo d'água
Fizeram cair sobre nós
Algo até então não sentido,ou falado.
Sequer realizado.

Senti-me objeto de uma letra não mais ouvida,
Senti-me de alguém, não mais só meu,
Não mais vazio...
Senti que não há nada em ti que não me completa.

Jordano Souza

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Tomando nota

A algum tempo venho pensando o que é maturidade. Procurei em dicionários, livros, músicas e filmes, mas tudo que encontrei foram definições que não condizem com minhas vivências.
Minha maturidade não apareceu aos poucos, veio como um flash que me fez desacordar por exatamente três dias, num estado de coma profundo.
Quando despertei estava mais velho na mente e nas minhas percepções. Notava em cada olhar à minha volta uma ansiedade imensa de dizerem: “Aqui jaz uma criança”.
Desde então comecei a enxergar a vida do jeito que ela é: Em branco e preto, as vezes colorida, mas sem exagero.


Jordano Souza

domingo, 4 de julho de 2010

Nosso Ego

Nunca estamos bem,
Sempre queremos mais!
Sufocamos de vontades e sonhos
Quase impossíveis.

Não há quem se contente
Com um único amor na vida,
Queremos magoar e ser magoados.
Não pensamos em nada além,
Pensamos apenas em nós mesmos.

O carro da garagem é sempre velho,
A casa é sempre pequena,
O sofá está sempre sujo ou rasgado.
O amor é sempre mal doado,
Mal usado, mal tratado.

Queremos lágrimas
Para aguar nosso jardim,
Queremos sorrisos para desperdiçar alegrias,
Queremos sempre o que não nos importa,
Mas que importa outrem.

E quando o telefone não mais toca,
Quando as cartas não mais chegam,
Quando as flores extraviam,
Percebemos nossos erros
Mortíferos e irreversíveis.

Ai não há mais lágrimas,
Não há mais sorrisos,
Não há mais amor
Que cure
O tempo jogado fora.

Então em prosas
E rimas imperceptíveis
Vamos fingindo não conhecer
O que realmente machuca:
A solidão perambulando
Nosso Ego.

Jordano Souza

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Nota de segunda

As portas se abrem no momento em que deixamos a leveza da simplicidade plainar sobre nossa mente. De um modo lento e suave passamos a observar nós mesmos nas coisas mais brutas e selvagens.

Passamos a ouvir o que realmente devemos seguir. Não o rádio, não a televisão, não os livros, mas sim aquilo que chamamos de coração.

O verdadeiro movimento da vida está sincronizado com nossos próprios passos, com eles decidimos as coisas mais singelas , desde nosso corte de cabelo até as paixões mais arrebatadoras.

Todo ser humano nasce com um instinto selvagem e completamente bom, tal junção torna a raça humana devidamente abençoada.

Mas ao decorrer da vida separamos essas essências, nos agarramos ao instinto selvagem e predador e deixamos o bom para os momentos que nos convém. Tal separação nos tornam mais comuns que tulipas em dia de finados.


Jordano Souza

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Dois

Com pseudônimos fabricados
Vou tecendo a história de nós dois.
Escrever palavras de recordação
Alivia minha alma.

À cada estrofe lembro
Do meu primeiro toque em sua pele.
Mãos trêmulas e frias
Arrancaram sorrisos dos seus olhos.

À cada verso recordo
Das nossas noites nunca vazias,
Aqueles momentos
Imortalizaram nossos corpos em uma só tela.

Porém palavras ainda são insuficientes,
Recorro à memória,
Nela capto imagens perfeitas
Em cores “Salvadorianas”.

Com a pena e o papel empunhados
Sintetizo nosso desfecho perfeito,
Mostrando a quem quiser ver
A verdade em forma de dois.


Jordano Souza